Informação policial e Bombeiro Militar

terça-feira, 24 de abril de 2012

Mais detalhes: foi revogada ou não foi?

Oficiais da PM, empresária e escrivão são presos por desvio de verba em AL

Seis estão detidos após rombo de R$ 300 milhões nos cofres do estado.
Delegado e outros três foram presos por sumiço de cheques apreendidos.


Glauco Araújo
Do G1 em São Paulo

Três oficiais da Polícia Militar alagoana, uma empresária, um servidor público e um escrivão da Polícia Civil de Alagoas foram presos nesta segunda-feira (23) em decorrência de investigações da "Operação Espectro", que apura o esquema de fraudes em venda de alimentos para presídios do estado entre 2007 e 2009. O rombo aos cofres públicos que pode chegar a R$ 300 milhões, segundo o Ministério Público Estadual (MPE). Os preços eram triplicados por empresas fantasmas e, na maioria das vezes, a entrega não era feita.

Os pedidos de prisões preventivas foram feitas por meio do procurador-geral de Justiça e do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), que ofereceram denúncia, na sexta-feira (20), contra dez pessoas, sendo um general da reserva do Exército Brasileiro, um coronel, um tenente-coronel e capitão da PM de Alagoas, um escrivão da Polícia Civil, quatro empresários e um ex-funcionário do sistema prisional. O pedido foi aceito pelos cinco juízes que integram a 17ª Vara Criminal de Maceió.

Os três oficiais da PM foram levados para a Academia da Polícia Militar, no Trapiche da Barra, em Maceió, onde devem permanecer à disposição da Justiça. Os outros três foram levados para a Casa de Custódia da Polícia Civil.

Prisão de delegado

Na primeira fase da operação, realizada em março deste ano, oito pessoas foram presas por policiais militares e por homens da Força Nacional de Segurança suspeitas de envolvimento no desvio de R$ 300 milhões de verbas públicas. Naquela ocasião, foram apreendidos computadores e documentos, uma arma sem registro, R$ 4 milhões em cheque e R$ 232 em espécie em galpões e escritórios de algumas das empresas envolvidas.
Logo em seguida, a Polícia Civil descobriu que havia uma diferença de aproximadamente R$ 900 mil no total de cheques apreendidos e instatou inquérito policial para apurar o fato. Nesta terça-feira (24), um delegado, um corretor de imóveis, um comerciante e um autônomo foram presos por suspeita de terem responsabilidade no sumiço dos cheques. (leia mais abaixo)

General do Exército é investigado

 Segundo os juízes da 17ª Vara Criminal de Maceió, a ordem de prisão preventiva expedida contra o general do Exército foi revogada depois que o próprio militar investigado entrou em contato, por telefone, para afirmar que se apresentaria para prestar esclarecimentos. O telefonema foi feito nesta segunda-feira e sua apresentação às autoridades em Maceió é esperada até quarta-feira (25).

"Foi levado em conta que o general tem mais de 70 anos, saúde debilitada, morar em Brasília e se prontificar a vir até Maceió para prestar depoimento pelo período que for necessário. Por essa razão, entendemos que a ordem de prisão podia ser reavaliada", informou um dos magistrados, que pede para o nome não ser divulgado por razões de segurança.


Desvio do dinheiro apreendido

 A direção da Polícia Civil de Alagoas informou que considerada esclarecido o desaparecimento de cheques apreendidos na "Operação Espectro", que estavam em poder da Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública.

Em nota, a Polícia Civil informou que os cheques foram retirados pou delegado (preso) e utilizados em uma transação comercial.

A representação pela prisão dos envolvidos foi assinada pelos cinco diretores da Polícia Civil. As prisões têm prazo de cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco dias, segundo juízes da 17ª Vara Criminal de Maceió.

"Houve violação do saco onde estavam guardados os cheques apreendidos na operação e que estavam sob a tutela de um delegado. Uma segunda contagem, feita após cálculo feito de maneira rudimentar por policiais do BOPE no momento da apreensão dos cheques, indicou uma de R$ 900 mil em cheques. Isso não significa que tenham sido desviados esses R$ 900 mil. O que temos confirmados é alguns cehques foram descontados em uma soma que chega a R$ 121 mil", disse um dos juízes da 17ª Vara Criminal de Maceió.

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