Informação policial e Bombeiro Militar

domingo, 15 de julho de 2012

Da mais de um por dia, ou seja, e' uma urbana!


No último trimestre, PMs mataram 100

Para especialistas, pode estar havendo falha em mensagem passada a oficiais, que pensariam que 'se matar, tudo bem'


ISADORA PERON - O Estado de S.Paulo


Entre maio e junho deste ano, ocorreram 100 casos de mortes de civis por policiais militares na Grande São Paulo. O número impressiona especialistas, que têm diferentes versões para explicá-lo.

Segundo o pesquisador em segurança Guaracy Mingardi, os recentes confrontos ocorrem por uma falha no comando da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Para Mingardi, nos últimos tempos o órgão começou a enviar mensagens erradas aos policiais. Ele citou um exemplo: ao nomear um réu do processo conhecido como massacre do Carandiru para comandar a Rota - o tenente-coronel Salvador Madia -, o governo teria passado a mensagem de que "se (o policial) matar, está tudo bem". "O fato de ele (Madia) ser acusado de estar entre os denunciados pelo Ministério Público é sintomático. Se você aceita colocá-lo em um cargo de comando, muita gente vai entender que 'está tudo liberado'. Ele pode até ser um cara muito bom e ter feito tudo certo, mas é uma questão simbólica."

Para o coordenador de Justiça e Segurança do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Renato de Vitto, ainda é cedo para fazer especulações sobre as mortes de civis, mas é inegável que houve um aumento da violência policial durante a atual gestão da secretaria. "Eu espero, como cidadão, que não haja um comando, dentro da chefia da polícia, no sentido de que a ordem seja utilizar uma medida que juridicamente é extrema. O policial só tem autorização legal para matar um civil em uma situação de legítima defesa."

O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe-SP), Ivan Seixas, compara as últimas chacinas ao episódio de 2006, quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) parou a cidade São Paulo. A consequência foi a morte de 505 civis em menos de dez dias. Segundo ele, depois disso havia um acordo entre a polícia e o PCC para evitar ataques. Esse pacto, no entanto, teria sido rompido. "A diferença é que as mortes hoje não estão sendo concentradas em poucos dias, como foi em 2006. Elas são em doses homeopáticas", afirmou.

Nem o comando da PM nem a Secretaria de Segurança Pública quiseram comentar as mortes e as opiniões.

Fonte: estadão

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