Informação policial e Bombeiro Militar

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PM-RJ exonera comandos após denúncia de envolvimento de policiais com contraventores



Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou, na madrugada desta quinta-feira (30), a troca dos comandos do 5º Batalhão (Praça da Harmonia) e da UPP do Morro da Providência, depois que denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) apontou o envolvimento de policiais da corporação com contraventores presos nesta quarta-feira (29), na Operação Catedral. Em nota, a PM também adiantou a abertura de um inquérito para apurar o caso.
Em reunião realizada na noite desta quarta-feira (30), o alto comando da PM decidiu exonerar o coronel Amaury Simões, do 5º Batalhão, e o capitão Glauco Schorcht, comandante da UPP do Morro da Providência. O tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA) e o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009, foram designados para as funções.
O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou à 33ª Vara Criminal da Capital, nesta quarta-feira (29), 35 pessoas pelos crimes de exploração ilegal de jogo de azar, formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e violação de sigilo funcional. A Justiça já havia expedido 24 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão --18 foram presos durante a operação Catedral, deflagrada nesta manhã-- contra os denunciados pelo MP.
De acordo com a denúncia, os criminosos efetuavam pagamentos mensais e em dinheiro para policiais civis e militares. Entre os denunciados estão Evandro Machado dos Santos, o "Bedeu", que seria o chefe do grupo; seu filho Alessandro Ferreira dos Santos; o capitão Anderson Luiz de Souza, e os sargentos Marcos Aurélio das Chagas, vulgo "Chagas", e Marcos André dos Santos, o "André", todos do 5º BPM (Praça da Harmonia); e o inspetor Weber Santos de Oliveira, da 4ª DP (Central do Brasil).

Esquema com policiais

Segundo a denúncia do MP-RJ, Weber, que era chefe do serviço de inteligência da 4ª DP, recebia cerca de R$ 16 mil por mês, segundo as investigações. A propina paga para a segurança dos pontos do bicho e pelo vazamento de informações sobre operações policiais variava entre os R$ 16 mil pagos ao policial civil, mais R$ 9.500 pagos ao chefe do serviço reservado do 5º BPM, e R$ 75 semanais pagos a policiais militares. As informações são da Secretaria Estadual de Segurança Pùblica (Seseg).
"Estes denunciados formaram uma organização voltada para a exploração ilegal de jogo de azar não autorizado conhecido como 'jogo do bicho', atuando nas áreas dos bairros da Central do Brasil, da Gamboa, da Saúde e parte de São Cristovão. (...) Para a realização da atividade ilegal do jogo, a organização atua corrompendo agentes públicos, em especial policiais civis e militares, para que estes não realizem seu dever de ofício, ou seja, a repressão ao jogo do bicho", narra trecho da denúncia do MP.
"Além disso, a organização conta com diversos integrantes, que, sem autorização legal ou regulamentar, usam armas de fogo para exercer a segurança dos chefes e dos 'pontos do jogo do bicho', bem como dar proteção ao transporte dos valores arrecadados com o jogo e que se destinam ao pagamento da corrupção", completa.
A propina paga à polícia também garantia, de acordo com o MP, o funcionamento de pontos do jogo do bicho na região do morro da Providência, favela que possui uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). As informações foram coletadas pela Subsecretaria de Inteligência da Seseg através do monitoramento dos terminais telefônicos narrados na denúncia.
“Apurou-se, ainda, que os pontos situados na área da Unidade de Polícia Pacificadora do Morro da Providência recebiam um pagamento semanal, para que a atividade ilegal não fosse reprimida. Durante a interceptação telefônica efetuada, os denunciados foram flagrados na realização da logística não só do jogo de azar, bem como em ações que visavam arregimentar e corromper funcionários públicos (policiais civis e militares) de forma a não existir repressão a atividade contravencional. Inclusive, em quatro oportunidades, com as informações do monitoramento telefônico, seguiram a cadeia de comando da organização criminosa, conseguindo flagrar o momento em que o dinheiro da propina era entregue ao agente público”, relata a denúncia.

Fonte: UOL

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