A comissão Nacional da Verdade concluiu que pelo menos 50 mil pessoas foras presas pelo Regime Militar em 1964, ano do Golpe Militar. Várias agentes da repressão foram identificados e vai ser convocados a prestar depoimento e não podem se recusar a dar explicações.
Em nove meses de trabalho, foram tomados 40 depoimentos, 15 deles de agentes da repressão. Por causa da Lei da Anistia, ninguém será punido pelo que fez durante o Regime.
30 milhões de documentos: é sobre esse extenso arquivo que a comissão da verdade se debruça. Em nove meses de trabalho, já surgiram revelações do passado. 50 mil pessoas foram detidas em 1964, ano do golpe militar. A ditadura levou cerca de 600 presos políticos para navios e até estádios de futebol.
Os números e a descrição dos fatos dão a dimensão da violência logo no início do regime e fazem parte de uma investigação que não pode punir, mas tem o poder de revelar a identidade dos agentes da ditadura militar.
O fim de alguns codinomes foi anunciado por um integrante da comissão. “Aqueles que estão vivos, nós temos várias dúziasde pessoas identificadas com nome, endereço, RG. A gente está fazendo um esquema para pegar e ouvir todos e convocar para serem ouvidos”, disse o membro da Comissão Nacional da Verdade, Guaracy  Mingardi.
Quem se recusar a comparecer pode ser processado por crime de desobediência. Na última segunda-feira (26), em Brasília, o grupo se reuniu com comissões estaduais e entidades parceiras. Mas segundo o presidente da Comissão, só existe estrutura de trabalho em seis estados.
Mas, segundo o presidente da Comissão, só existe estrutura de trabalho em seis estados.
“Falei com o governador Sérgio Cabral, e outros, pedindo que as instalações das Comissões da  Verdade já aprovadas sejam concluídas, e isso é uma ajuda decisiva”, destacou o coordenador da Comissão, Paulo Sérgio Pinheiro.
A Comissão tem até maio do ano que vem para concluir os trabalhos e aí um relatório final vai ser entregue para a presidente Dilma Rousseff .