Um homem de 32 anos foi morto pela Polícia Militar em uma casa no bairro Vila Adelaide, na noite de segunda-feira (25), em Pontal (SP). De acordo com a PM, o rapaz, conhecido dos meios policiais, era foragido da cadeia e reagiu à abordagem dos policiais, que revidaram com tiros. Os disparos atingiram a cabeça, o tórax e o braço do suspeito, que morreu na hora.
Revoltados com a morte do rapaz, moradores entraram em confronto com a polícia e queimaram uma viatura da Guarda Civil Municipal e um carro em represália. Eles acusam a PM de abuso de autoridade.
De acordo com o delegado André Luiz Barbosa Jardini, durante o tumulto, seis pessoas foram detidas, mas foram liberadas em seguida.
A Polícia Militar afirmou que um inquérito foi aberto para apurar o tumulto e se houve abuso de poder por parte dos policiais envolvidos na ação.
Morte 
Segundo o tenente da PM Eduardo Martins Ribeiro, uma denúncia anônima indicou que o foragido estava na casa da namorada no bairro Vila Adelaide. O rapaz cumpria pena por roubo, mas aproveitou o benefício de saída temporária concedido a ele no fim do ano passado para não retornar à unidade prisional. "Os policiais entraram no imóvel com a permissão da mãe desta namorada. O rapaz estava deitado na cama em um quarto e estava com uma arma na cintura. Ao ver os policiais, ele sacou a pistola 765 para os soldados e eles revidaram", afirma Ribeiro. Três disparos atingiram o rapaz.
Ainda de acordo com Ribeiro, dentro da residência, os policiais encontraram um revólver calibre 380 e um colete à prova de balas.
Noite violenta 
Momentos depois da morte do suspeito, muitos moradores foram ao local onde ele havia sido baleado e entraram em confronto com a polícia. Segundo a PM, a manifestação aconteceu porque o rapaz era amigo de criminosos do município.
O tenente Ribeiro afirmou que o rapaz morto era um dos supostos chefes de uma facção criminosa em Pontal. “Esse indivíduo havia promovido vários atentados na cidade. Nos últimos tempos, estava praticando vários roubos e andava sempre armado, até mesmo com fuzil", alega o PM.
Durante os atos de violência, um PM ficou ferido após ser atingido por uma pedra e bombas foram jogadas pelos moradores contra os policiais. Os manifestantes quebraram o vidro traseiro do carro de uma das equipes de reportagem que estava no local.
Em outro bairro de Pontal, a população jogou álcool e ateou fogo em um carro que estava dentro da garagem de uma casa. O imóvel estava vazio e os policiais tiveram que pular o muro da residência para conter as chamas para que o veículo não explodisse.
Bombas de efeito moral foram usadas para conter os manifestantes. “Nós usamos os meios necessários, munições de impacto controlado e munições químicas, para conseguir tirar essas pessoas do local", diz Ribeiro.
A Polícia Militar informou que abriu um inquérito para apurar o tumulto ocorrido durante a noite. O inquérito vai apurar ainda se houve abuso policial. Além das duas armas do suspeito, um revólver e uma pistola, foram apreendidas duas armas da Polícia Militar.
Policiais tiveram que pula muro de casa para apagar fogo em carro