A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (21) um projeto de lei que concede aumento salarial de 15,8% a policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal e outro que cria 3.029 cargos na Polícia Civil a partir de 2014. Os projetos seguem agora para análise e votação no Senado, o que ainda não tem data para ocorrer.
A aprovação do reajuste foi decidida em uma negociação entre o sindicato da categoria e os governos federal e do Distrito Federal. Em 2012, os policiais fizeram diversas paralisações reivindicando aumento salarial de 28%. A greve mais recente teve duração de 70 dias, entre agosto e novembro. Os recursos para pagamento dos salários de profissionais da segurança pública do DF são do Fundo Constitucional.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), Ciro de Freitas, a categoria só aceitou uma correção salarial menor porque os governos se comprometeram a reconhecer a atividade policial como de nível superior. O projeto de lei aprovado nesta quinta (21) contempla essa reivindicação do sindicato.
"O governo atendeu parcialmente nossa revindicação, mas aceitamos o acordo porque desde 1993 que pedíamos esse reconhecimento.Temos praticamente todos os delegados com ensino superior, mas a atividade é considerada de nível médio", afirma Freitas.

O reajuste será concedido de forma gradual. A partir de março deste ano, policiais civis e militares e os bombeiros recebem 5% de aumento. Os profissionais terão acréscimo de 15,8% a partir de 2015.
Segundo Freitas, o projeto que prevê a criação de novos cargos na Polícia Civil vai diminuir o déficit de profissionais no DF. De acordo com a proposta serão contratados 200 delegados, 80 peritos médicos, 199 peritos criminais, 2 mil agentes, 495 escrivãos e 55 papiloscopistas. O número de profissionais deve passar de 5.140 para 8.169 policiais a partir de 2014.
"Esse número seria suficiente para atender o déficit, que hoje é de 40%, mas temos uma carência, precisamos colocar novas delegacias, no Itapoã, na região do Fercal, no Riacho Fundo II. Isso sem levar em conta as aposentadorias e óbitos neste período", afirma o presidente do Sinpol, Ciro de Freitas.