A Polícia Civil indiciou cinco policiais militares suspeitos de serem os responsáveis pela fraude de relatórios e pelo vazamento de imagens, áudios e documentos da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Segundo a polícia, o grupo obteve os documentos em um computador do setor de inteligência e filmou uma ação para verificar se haviam grampos e escutas em gabinetes de autoridades do DF. O caso ocorreu em 2011.

G1 entrou em contato com a Corregedoria da Polícia Militar do DF, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Dos cinco indiciados, são três tenentes-coronéis, um sargento e um cabo. As investigações apontam que os PMs divulgaram o material com a intenção de ligar o secretário-chefe da Casa militar do DF, tenente-coronel Rogério Leão, a uma arapongagem contra o governador Agnelo Queiroz. Os vídeos chegaram a ser publicados em um blog.

“Eu sou o responsável, por lei, por fazer a segurança do governador, vice-governador e seus familiares. E eles acusaram a Casa Militar de fazer grampos contra o governador. Esse indiciamento vem demonstrar quem é que praticou crime contra a administração pública“, afirmou o tenente-coronel Leão.
A varredura para verificar se há grampos ou escutas em gabinetes das autoridades políticas do DF é uma ação institucional, considerada legal.

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Xavier, o grupo cometeu crime ao divulgar documentos públicos mantidos sob sigilo. As investigações levaram a polícia a interrogar o sargento envolvido no caso. O militar confessou o crime e delatou os outros PMs que participaram da ação.

“Eles [os suspeitos] inventaram um fato e colocaram algumas coisas, como documentos timbrados e imagens, para dar um ar de credibilidade. Ele [o sargento] confessou que teria vazado os documentos e vídeos para atender interesses de um grupo de policiais militares. Agora o caso vai para Justiça. Os envolvidos podem pegar de 2 a 6 anos de prisão”, afirmou Xavier.