De janeiro a agosto deste ano, 24 policiais militares vítimas de violência morrerram no Pará. No ano passado, 47 PMs foram assassinados e a maioria não estava em serviço. A situação preocupa a Associação dos Cabos e Soldados  da Polícia Militar.
"Tem que fazer moradia para esse policial militar, para que ele possa sair de perto da 'bandidagem', dos bairros difíceis onde o policial mora. Então, creio que isso seria um ponto primordial. E depois vem o kit armamento, para que o policial ande com a sua arma, protegende a sua vida", diz Manoel Campelo, da associação dos policias.
Um policial militar teve a moto roubada e foi baleado no bairro da Guanabara, em Ananindeua , onde reside. Quem viu o ocorrido prefere não comentar o assunto. Ele já teve alta e deve prestar depoimento na segunda-feira (26). A polícia ainda não conseguiu prender os assaltantes.
Na delegacia em que registrou o boletim de ocorrência, o cabo Milton Batista Nascimento Junior, de 42 anos, conta que teve a moto roubada por dois assaltantes armados, que o reconheceram e atiraram cinco vezes. Dois disparos atingiram a coxa direita e o ombro do policial militar, que foi socorrido por moradores da área.
Uma mulher, que prefere não ser identificada, perdeu o marido em julho. O soldado Jorge Pinheiro Almeida tinha 30 anos e foi assassinado dentro de um ônibus durante uma tentativa de assalto em São Francisco do Pará , quando voltava para casa em Belém . Ele estava fardado, mas sem arma. Em setembro, o policial faria três anos na corporação.
A mulher diz que os três filhos perguntam pelo pai, que tinha orgulho da profissão e planos para trabalhar com crianças e adolescentes. "O mais velho teve febre psicológica pela ausência. E agora, tem duas semanas, a gente começou a tentar falar para o menor de dois anos. Ele pergunta pelo pai e a gente diz que está trabalhando. Acho que a parte mais difícil foi dizer pra ele que o pai dele está no céu. Como é que explica? Uma hora ele vai entender o que significa", questiona a viúva.