A Polícia Civil do Distrito Federal investiga uma denúncia de assédio sexual feita por uma assessora especial da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial contra o subsecretário da pasta, que é chefe dela. As abordagens estariam acontecendo há pelo menos um ano. O G1 procurou o subsecretário, que está de férias, mas ele não quis se pronunciar. O secretário de Comunicação, André Duda, disse que o GDF foi comunicado sobre a apuração e que só vai comentar o caso depois que as investigações forem concluídas.
No boletim de ocorrência, feito na última sexta-feira (24) na Delegacia da Mulher, a assessora especial afirma estar tendo problemas psicológicos, crises nervosas e de de choro por causa das abordagens. Ela cita  os insultos e diz ter medo de retaliações no trabalho (veja abaixo).
A história veio à tona após publicação no blog Diário do Poder, do jornalista Cláudio Humberto. O caso foi inicialmente registrado como "perturbação da tranquilidade", podendo evoluir para assédio sexual durante as investigações, segundo a polícia.
“Ela diz que se sentiu incomodada porque o superior puxava conversas de um jeito que a incomodava, com cunho sexual”, explicou o diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier.
O secretário-interino da pasta, José Alves, afirmou ter ficado surpreso com a denúncia. “Sexta-feira fui procurado por ela, dizendo que queria ser removida por estar sofrendo assédio moral. Falei que ela precisava formalizar isso, esse pedido, até para a gente saber o que estava acontecendo. Ela não deixou claro, mas falei que tentaria resolver. Tudo o que ela me disse é que ele ameaçava demiti-la. Eu expliquei que ele nem tem autoridade para isso, que só o titular da secretaria pode fazer isso”, afirmou.
Para evitar constrangimento para ambos, Alves disse que vai transferir a assessora para outra área da secretaria. A pasta ocupa parte do 8º andar do Palácio do Buriti e tem 37 servidores. Ele disse ainda que não vai afastar nenhum dos dois, já que os fatos ainda não estão esclarecidos.
“Não tenho elementos, nesse momento, que indiquem se essas acusações são verdadeiras ou falsas, então, para não ser injusto, vou mudá-la de setor. Até consigo entender ela não ter descrito para a gente o que acontecia, é um constrangimento. Mas não temos elementos ainda para dizer quem está com a razão, então não podemos tomar uma atitude e correr o risco de ser injusto com alguém”, afirmou o secretário.