Investigação
Brookfield, incorporadora que possui sede também no Canadá, admitiu ter
pago 4 milhões de reais à máfia do ISS; polícia canadense trabalha em
parceria com o Ministério Público Estadual
Prédio da Brookfield Incorporações em construção na Avenida Brigadeiro Faria Lima,
em São Paulo (Germano Luders)
em São Paulo (Germano Luders)
A incorporadora multinacional Brookfield é investigada por uma equipe da Real Polícia
Montada do Canadá. Os policiais estão em São Paulo para investigar atividades ilícitas
da incorporadora, que tem uma das sedes no Canadá. Aqui, a empresa é citada em
investigações sobre a máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) e o chamado "caso Aref",
sobre pagamento de propina para a liberação de imóveis irregulares.
Montada do Canadá. Os policiais estão em São Paulo para investigar atividades ilícitas
da incorporadora, que tem uma das sedes no Canadá. Aqui, a empresa é citada em
investigações sobre a máfia do Imposto sobre Serviços (ISS) e o chamado "caso Aref",
sobre pagamento de propina para a liberação de imóveis irregulares.
Os investigadores firmaram um tratado de assistência mútua com o Brasil e apuram o
caso com o auxílio do Ministério Público Estadual (MPE). Os investigadores canadenses
trabalham no MPE desde o começo da semana e já se reuniram com promotores do
Patrimônio Público e Social. Testemunhas já ouvidas pela promotoria e pelo Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) devem ser ouvidas em
investigação própria da equipe canadense.
caso com o auxílio do Ministério Público Estadual (MPE). Os investigadores canadenses
trabalham no MPE desde o começo da semana e já se reuniram com promotores do
Patrimônio Público e Social. Testemunhas já ouvidas pela promotoria e pelo Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) devem ser ouvidas em
investigação própria da equipe canadense.
A Real Polícia Montada é uma autoridade policial federal, que tem jurisdição para atuar
em crimes municipais, estaduais e federais.
em crimes municipais, estaduais e federais.
Trabalho conjunto - A assistência firmada com o Canadá inclui, além da tomada de
depoimentos, a localização de pessoas e objetos, por meio de mandados de busca e
apreensão, a tomada de bens e confisco de produtos oriundos de crimes - e até a
disponibilidade de pessoas detidas para fornecimento de provas necessárias à
investigação.
depoimentos, a localização de pessoas e objetos, por meio de mandados de busca e
apreensão, a tomada de bens e confisco de produtos oriundos de crimes - e até a
disponibilidade de pessoas detidas para fornecimento de provas necessárias à
investigação.
"O Estado requerido (Brasil) deverá convidar a pessoa (testemunha) a auxiliar a
investigação ou comparecer em juízo como testemunha no processo judicial e
deverá solicitar a cooperação dessa pessoa. Essa pessoa deverá ser informada
sobre as despesas e ajudas de custo que lhe serão pagas", diz um dos artigos
do termo de cooperação assinado entre Brasil e Canadá.
investigação ou comparecer em juízo como testemunha no processo judicial e
deverá solicitar a cooperação dessa pessoa. Essa pessoa deverá ser informada
sobre as despesas e ajudas de custo que lhe serão pagas", diz um dos artigos
do termo de cooperação assinado entre Brasil e Canadá.
O acordo garante também salvo-conduto para testemunhas que precisem ser
transferidas para o Canadá para depor na condição de testemunha naquele país e
garante que as solicitações feitas por Ottawa sejam acompanhadas de tradução.
Além disso, garante que o Canadá arcará com perícias e transporte de pessoal.
transferidas para o Canadá para depor na condição de testemunha naquele país e
garante que as solicitações feitas por Ottawa sejam acompanhadas de tradução.
Além disso, garante que o Canadá arcará com perícias e transporte de pessoal.
O Ministério Público Estadual trata a investigação como sigilosa e não dá detalhes.
Promotores esperam que a colaboração também possa ajudar a obter documentos
que poderão ser usados nos inquéritos em andamento que citam a empresa.
Promotores esperam que a colaboração também possa ajudar a obter documentos
que poderão ser usados nos inquéritos em andamento que citam a empresa.
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Investigações - No caso da máfia do ISS, a Brookfield admitiu ao Ministério Público
que pagou 4,1 milhões de reais aos fiscais da Secretaria Municipal de Finanças que
cobravam propina para permitir a sonegação do imposto. Foi a primeira empresa a
colaborar com a investigação, ainda em novembro do ano passado, logo após a prisão
dos quatro fiscais acusados de integrar o núcleo do esquema.
que pagou 4,1 milhões de reais aos fiscais da Secretaria Municipal de Finanças que
cobravam propina para permitir a sonegação do imposto. Foi a primeira empresa a
colaborar com a investigação, ainda em novembro do ano passado, logo após a prisão
dos quatro fiscais acusados de integrar o núcleo do esquema.
A delação foi feita um ano depois de a empresa aparecer no "caso Aref". Em junho
de 2012, uma ex-diretora da incorporadora testemunhou que a BGE, empresa do grupo,
pagou 1,6 milhão de reais em propina para agentes ligados ao ex-chefe do Aprov
(departamento da Prefeitura que libera novos empreendimentos), Hussain Aref Saab.
de 2012, uma ex-diretora da incorporadora testemunhou que a BGE, empresa do grupo,
pagou 1,6 milhão de reais em propina para agentes ligados ao ex-chefe do Aprov
(departamento da Prefeitura que libera novos empreendimentos), Hussain Aref Saab.
Isso para que os prédios dos Shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis, ambos na
região central, fossem liberados mesmo com irregularidades. Procurada, a assessoria
de imprensa da Brookfield afirmou que os executivos da empresa desconhecem o caso.
região central, fossem liberados mesmo com irregularidades. Procurada, a assessoria
de imprensa da Brookfield afirmou que os executivos da empresa desconhecem o caso.
(Com Estadão Conteúdo)
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