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domingo, 27 de abril de 2014

GREVE NAS FORÇAS ARMADAS!

Morales exige 'disciplina' de militares bolivianos em greve

LA PAZ - O presidente boliviano Evo Morales respondeu aos protestos dos setores inferiores das Forças Armadas do país, que pedem reformas institucionais, exigindo "disciplina" por parte dos militares, e advertindo que "abandonar o quartel é uma traição à pátria".

- Forças Armadas sem disciplina deixam de ser Forças Armadas - afirmou o presidente, que pediu que a cadeia de comando característica das instituições militares seja mantida, e que disse confiar nas Forças Armadas, apesar das legações de motim entre setores inferiores do Exército.

Centenas de sargentos e soldados saíram às ruas em protesto nesta sexta-feira, apesar das sanções do governo, que classificou as manifestações como "motim" e "ameaça de golpe de Estado", e ordenou a expulsão de 700 soldados. As sanções aumentaram o descontentamento dos grevistas, que pedem reformas e o fim da discriminação racial nas Forças Armadas. As manifestações se espalharam por outras quatro cidades do país.

Os suboficiais, em sua maioria de origem aimará e quíchua, denunciam condições desfavoráveis de trabalho e discriminação por parte de chefes e oficiais militares, quase todos brancos ou mestiços.

- Não estamos buscando um golpe, estamos pedindo justiça - afirmou o suboficial Erick Magne, um dos comandantes dos processos, dispensados da corporação.

O governo apoiou da alta cúpula das Forças Armadas, e pediu aos grevistas que dialoguem em busca de uma resolução. Os manifestantes exigem que todas as dispensas sejam revertidas antes de qualquer negociação.

- Irmãos cadetes, o povo precisa de vocês. O povo confia nos sargentos - afirmou Morales, durante a celebração de aniversário do Colégio Militar de La Paz. - Oficiais e comandantes, seu presidente confia em vocês.

Morales tem grande apoio entre os militares, que nos últimos anos receberam aumentos salarias e mais verba governamental. No entanto, a política de descolonização, que prega ações governamentais em todos os setores da sociedade parece ter sofrido um "efeito bumerangue" no caso das Forças Armadas. Os suboficiais, que formam quase 30% dos quase 38.500 militares do país, reivindicam acesso à universidade, ascensão de patentes militares, melhorias salariais, e atendimento em hospitais militares em condições semelhantes às oferecidas aos oficiais superiores.

- A descolonização é o carro-chefe do governo de Morales, mas no caso da Forças Armadas, o feitiço parece ter virado contra o feiticeiro - afirma o sociólogo e analista político da Universidade San Andrés, Jorge Lazarte. - O governo agora está preso entre a defesa da política e a lealdade da cúpula militar, de quem precisa cada vez mais.

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