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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Comandante diz que recebeu aplausos, mas acabou demitido pelo governo do Estado!


Alvo de críticas, chefe da Tropa de Choque de SP é demitido por Alckmin


Quase dois meses após a contestada atuação da Polícia Militar nos protestos de junho, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) trocou o comando de sua Tropa de Choque.
Nesta semana, o coronel César Augusto Morelli foi demitido do cargo que ocupava havia quase dois anos. A nova função será exercida pelo coronel Carlos Celso Savioli, que estava no comando da PM na Baixada Santista.
Folha apurou com sete oficiais da Polícia Militar que a queda de Morelli se deve principalmente a três razões:
1) à ação nos protestos de junho, que levaram à queda das tarifas de transporte; num primeiro momento, a tropa reprimiu os manifestantes de forma violenta, como no dia 13, na av. Paulista; depois, demorou para agir, como em 18 de junho, quando houve ameaça de invasão à sede da prefeitura;
2) à proximidade de Morelli com Antonio Ferreira Pinto, antecessor de Fernando Grella Vieira na Secretaria da Segurança Pública;
3) ao envio de equipes sob o seu comando, como a Rota, para ações no interior do Estado sem aviso ao secretário.
Há ainda questões internas, incluindo divergências com oficiais mais jovens.
A substituição não foi feita antes, segundo os oficiais ouvidos pela Folha, porque a PM não costuma trocar comandantes em meio a crises.
Questionado sobre as razões da troca, Grella afirmou, por meio de nota, que a mudança foi administrativa.
“Não existe qualquer descontentamento com o coronel Morelli. Ele prestou bom serviço, mas a alternância nos comandos é importante como fator de aprimoramento dos serviços”, diz a nota.
Já a PM disse que a demissão se trata de um “processo natural de gestão e renovação na instituição”.
A Tropa de Choque tem quatro batalhões e 5.500 homens. Seu chefe é responsável, dentre outros, por comandar o controle de distúrbios civis, nome dado às manifestações, e a Rota, equipe que costuma a atuar em ações onde há grande possibilidade de confrontos com suspeitos.
‘Segui ordens e ganhei parabéns nas manifestações’, diz ex-comandante
“No comando do choque, eu só recebi prêmios.” É dessa maneira que o coronel César Augusto Morelli responde a quem lhe pergunta quais foram as razões de sua queda da Tropa de Choque da PM de São Paulo.
À Folha, ele disse que sua saída do batalhão nada tem a ver com a série de protestos de junho e à contestada atuação da PM na ocasião.
A ação oscilante da polícia ficou marcada pela violência de 13 de junho, quando cerca de cem pessoas foram feridas na região da avenida Paulista, e pela omissão de ação no dia 18, quando vidros da Prefeitura de São Paulo foram quebrados, um veículo da TV Record incendiado e diversas lojas do centro saqueadas.
“Sempre tive o aval do Comando-Geral [da Polícia Militar] e da Secretaria [da Segurança Pública]. Nas manifestações de junho, segui ordens e recebi os parabéns de meu comandante”, afirmou.
De acordo com Morelli, sua exoneração do cargo é uma medida comum dentro de uma corporação militar.
Questionado se sua queda tinha relação com a proximidade com o ex-secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto, com a política interna da instituição ou com o envio de tropas do choque para o interior, ele se negou a comentar o assunto.
DESLIGAMENTO
 
Com 34 anos de PM, Morelli estava no comando da tropa de choque desde setembro de 2011. Assumiu o cargo na gestão de Ferreira Pinto (que foi demitido em novembro do ano passado). A aproximação entre eles ocorreu quando Ferreira Pinto era o secretário da Administração Penitenciária, entre 2006 e 2009.
O desligamento oficial de Morelli aconteceu anteontem. Um dia antes, o policial militar se reuniu com sua tropa e avisou aos seus comandados que estava sendo demitido do cargo. Agora, o coronel está temporariamente lotado na Prefeitura de São Paulo. Nos próximos meses, ele deve ser enviado para o interior do Estado, onde já atuou em Sorocaba, Osasco e Guarulhos. Manifestantes dentro da Câmara Municipal do Rio

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