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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Coronel diz: “Não temos que unificar a polícia”


“Não temos que unificar a polícia”

Fonte: DM 

“Não temos que unificar a polícia”


Enviado em 10/09/2014 às 22h44
Avelar Lopes de Viveiros, de 48 anos, é coronel da Polícia Militar e comandante do Policiamento Ambiental do Estado de Goiás. São 29 anos dedicados aos serviços da polícia e à sociedade goiana. Dono de um currículo extenso, ele já serviu no Gabinete da governadoria no primeiro mandato do governador Marconi Perillo, foi diretor de segurança do antigo Cepaigo, comandou o 3º Comando Regional de Anápolis e o Comando Rodoviário por duas vezes e dentre outros.
Desde que assumiu o novo posto, no dia 23 de janeiro deste ano, o coronel já impôs novo ritmo, evidenciando sua forma de atuar. Como comandante ambiental, se propôs a firmar parcerias com órgãos ambientais no Estado e no Brasil. Além disso, tem acompanhado de perto os postos de atuação ambiental. De acordo com ele, não apenas para atuar na fiscalização, mas para apoiar e solidarizar-se aos agentes que lidam com a tarefa. “Trabalho árduo que exige dos companheiros disposição e perseverança para suportar a distância dos dias longe da família.”
Sobre a preservação dos recursos naturais disponíveis, o coronel garante que providências têm sido tomadas no sentido de recuperar o que o meio ambiente tem oferecido. “Temos visto que a destruição é grande, algumas espécies têm se perdido, rios secando, mas que podem ser revertidas. Providências têm sido tomadas para reverter o quadro. Um exemplo ocorreu com os lençóis freáticos de Caldas Novas que foram recuperados por um trabalho que tem sido realizado.”
Em entrevista ao Goiás na Rede, do DM TV, o coronel relata suas experiências, perspectivas para o meio ambiente e atuações futuras. Ele também respondeu a perguntas, de temas considerados polêmicos, dos jornalistas do Diário da Manhã, como: segurança pública, fusão das polícias e política.
PERFIL
Nome: Avelar Lopes de Viveiros
Idade: 48 anos
Naturalidade: Pires do Rio (GO)
Ocupação: coronel da Polícia Militar e comandante do Policiamento Ambiental de Goiás

O QUE ELE PENSA

  • Crimes ambientais
Sobre crime ambiental, nós acreditamos que ele existe em larga escala. É uma das preocupações do comando ambiental. Mas temos muito mais uma preocupação de criar uma consciência de conservação. Não falamos mais em preservação, queremos algo maior que preservação. E isso se dá com o envolvimento do produtor, trabalhador e aquelas pessoas ligadas ao meio ambiente. Precisamos manter a consciência do uso dos recursos naturais para a qualidade de vida das gerações futuras.
  • Impunidade ambiental
O problema do Brasil não é falta de lei, mas o excesso dela. Temos lei para tudo e ninguém se preocupa em cumpri-las. Isso vale também para as instituições públicas. As prefeituras não cumpriram o que foi estabelecido em legislação e temos visto que os lixões são um grande problema do meio ambiente. Dá-se como soluções para todos os problemas do País, a criação de novas leis. Há sempre alguém prometendo uma legislação nova. Não adianta criar excesso de normas que não se cumprem. Precisamos ter consciência de efetividade. Discutir onde estão os gargalos para se ter soluções.
  • Campanhas   educativas
O problema educacional é serio. Precisamos ter uma educação de qualidade para que a gente alcance um nível social melhor. Entendo isso com muita serenidade, como caminho natural, mas não podemos ficar focando que toda dificuldade está na questão da educação. Porque vai chegar um determinado momento que a educação não vai resolver mais. A questão é que sempre tem um jeitinho para tudo. O brasileiro precisa ter consciência que existe legislação e quem não cumpri-la será penalizado. A lei precisa sair do papel, discutir obrigação e não apenas os direitos dos cidadãos.
  • Criminalidade
Desde 1988 estamos muito preocupados com direitos, é o direito do criminoso, o direito que cada um tem, mas hora nenhuma ninguém defendeu obrigação. Não posso admitir que um criminoso, depois de sacrificar um pai de família ou o patrimônio conquistado a duras penas, tenha tantos direitos que se sinta desobrigado de reparar aquele dano causado à sociedade. A legislação brasileira possibilita o indivíduo cometer crime e ficar impune. O grande problema da criminalidade é a impunidade. Para tudo se tem direitos humanos, uma série de normas, com isso, não estamos protegendo que está trabalhando para esse País crescer.
  • Impunidade
Para o policial é frustrante. Cada vez menos ele quer prestar seu serviço nas ruas. No passado, o policial tinha prazer de ir às ruas, de servir o cidadão. O policial enfrenta bandidos fortemente armados e muitas vezes sem pensar nas consequências, age por impulso na intenção de defender o cidadão. Hoje há um sentimento de frustração muito grande porque ele sabe que sua atuação não vai resultar em nada. Se houver uma denúncia de um criminoso contra um policial, o profissional tem grande possibilidade de ser excluído, de perder o emprego e submeter a família dele ao constrangimento.
  • Maioridade penal
Precisamos de efetividade da lei e com a norma penal não pode ser diferente. Entendo que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trouxe um grande prejuízo, em especial quando dá benefícios incondicionais a pessoa. Um criminoso quando prática um ato aos 11 anos de idade, por exemplo, ele precisa de uma oportunidade do Estado. O que não se deve é dar oportunidade condicionalmente. Essa oportunidade não pode anular sua responsabilidade. Ele precisa quitar sua dívida com a sociedade. Se for o caso, reduzir a criminalidade para que esse jovem pague pelo crime cometido.
  • Política
Meu ciclo na Polícia Militar ainda não acabou. Por isso, não tenho pretensão de concorrer uma vaga na política. Acredito ser importante a representatividade da categoria no meio. Não há ninguém melhor do que uma pessoa que conheça nossa realidade para nos representar. Mas precisamos fazer isso com inteligência. Tivemos um número muito grande de candidatos e isso não fortalece a corporação. Temos candidatos que se lançaram e que não têm chances de ganhar. Fato é que não enriquece a discussão da corporação. Precisamos estipular metas e ter uma pessoas forte para nos representar.
  • Desmilitarização da polícia
Toda discussão a respeito de segurança pública no Brasil é maquiagem. Eu não vi nenhuma discussão séria até agora. Discute-se a roupagem, mas não a estrutura. Em qualquer país do mundo existe mais de uma polícia. O problema do Brasil é ao contrário dos outros, é falta de polícia. Não temos que unificar a polícia. No meu ponto de vista, isso não funciona. Precisamos é criar concorrência entre elas, como existe em outros países. Que parâmetro o brasileiro tem? Qual polícia que funciona? Nós nos complementamos, cada um faz uma parte. É preciso mensurar qual que está dando certo.
  • Operação Monte Carlo
A Polícia Militar abriu vários processos por causa dessa operação e eles estão tramitando. Acredito que as providências administrativas que foram tomadas por outras instituições, embora não conheça seus ritos administrativos, não são legais. Pelo que conheço de legislação penal, esse é um procedimento tempestivo, preocupante, porque não deve estar atendendo os requisitos legais, pode ser apenas para dar satisfação e daqui a pouco essas pessoas podem estar de volta.
  • Grupo de extermínio
Eu só posso dizer se existiu, existe ou não existe, se tenho prova. Eu não tenho prova disso. Ouço dizer, já ouvi dizer, que há essa prática na Polícia Militar, mas não conheço. Chamem como quiserem.

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