Informação policial e Bombeiro Militar

sexta-feira, 13 de março de 2015

Ex-capitão do BOPE, que é comentarista da Globo critica a abordagem da PM a menor, mas diz que a tropa nas ruas vive sob tensão após mortes! Maneira como PMs abordaram menor suspeito divide especialistas.



Maneira como PMs abordaram menor suspeito na Lapa divide especialistas

Ex-capitão do Bope criticou ação, mas lembrou que tropa nas ruas vive sob tensão após mortes

DIEGO VALDEVINO E PALOMA SAVEDRA
Rio - A abordagem policial a um adolescente de 16 anos publicada nesta 
quinta-feira em O DIA Online chamou a atenção de quem passava pela Lapa 
e provocou debate entre especialistas em segurança e defensores de direitos 
humanos. O DIA flagrou dois militares do 5º BPM (Praça da Harmonia)
 imobilizando o suspeito para revistá-lo. Em uma das imagens, um dos PMs 
mostra na palma da mão um cordão que teria sido encontrado com o 
rapaz após um roubo. O jovem foi encaminhado à Delegacia de Proteção 
à Criança e Adolescentes (DPCA). Segundo a Polícia Civil, ele responderá 
por fato análogo ao crime de furto. 
De acordo com testemunhas, o suspeito atravessou correndo a Rua Mem 
de Sá em direção à Gomes Freire. Na esquina das duas vias, ele foi 
interceptado pelos PMs. Com as mãos para cima, o menor passou pela 
abordagem dos policiais e chegou a ser jogado no chão após levar uma 
rasteira. Pouco antes, o acusado teve a pistola apontada contra o seu 
peito. 

Galeria: Veja a sequência da abordagem


Com a pistola a poucos centímetros do suspeito, PM aguarda a chegada de colega. Depois, na mão espalmada, o cordão encontrado com o menor
Foto:  Alexandre Vieira / Agência O Dia

Procurada, a assessoria da Polícia Militar, inicialmente, disse que uma viatura 
do 5º BPM foi enviada ao local para averiguar denúncia de uma tentativa de 
assalto e que a ocorrência não havia sido confirmada. Após a publicação da 
reportagem pelo ‘Dia Online’, 
ontem à tarde, a corporação confirmou o fato. A PM afirmou ainda que o 
menor 
furtou um cordão, que foi recuperado. Segundo a polícia, a vítima identificou 
jovem. 
“Isso não é maneira de um policial abordar um suspeito, independente se 
esteé menor ou não. Só se aponta uma arma se o acusado estiver armado 
ou se sacar uma arma, oferecendo algum risco, o que não foi o caso”, 
analisou Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Batalhão de Operações 
Especiais (Bope). 
Ainda segundo o especialista, policiais militares estão trabalhando sob forte 
estresse após os seguidos casos de colegas de farda feridos e mortos no Rio. 
“Há uma enorme tensão nas ruas. É evidente o esgotamento físico e 
psicológico, que reflete na ação policial.” 
Conhecido entre os policiais pela disciplina rígida que implantou no 15º BPM 
(Duque de Caxias), o coronel Paulo César Lopes criticou apenas o fato de os 
militares terem dado a rasteira no menor. “Apontaram a arma para garantir 
a integridade física”, opinou o oficial aposentado. 
Para Paulo Amêndola, ex-coronel da PM e um dos fundadores do Bope, 
os policiais poderiam ter imobilizado o jovem sem derrubá-lo. “Não havia 
necessidade de dar a rasteira e pegar no pescoço do suspeito. Era só um 
PM fazer a abordagem e o outro dar cobertura. Usaram da violência. Foi 
desproporcional”, criticou Amêndola, que ponderou: “Porém, é importante 
o PM ficar atento, pois menor também atira e mata.”
Darlan e Freixo fazem críticas

Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, Siro Darlan viu as imagen

do DIA  e criticou a ação policial na Lapa. Ele prometeu ainda cobrar 
providências ao comando da Polícia Militar. “Vou pegar as imagens e 
enviar à corporação. O que estes menores vão aprender com estas 
abordagens? O Estado fabrica bandidos no Degase e no sistema 
penitenciário”, esbravejou o magistrado. 
Já o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) levantou outra questão. 
“Se o menor corresse, os policiais iriam atirar? Para que sacar uma arma, 
se o menor não estava armado? A corregedoria deve apurar e investigar, 
pois mais uma vez vimos uma ação inadequada da polícia”, disparou.

Fonte: O Dia 

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