Maneira como PMs abordaram menor suspeito na Lapa divide especialistas
Ex-capitão do Bope criticou ação, mas lembrou que tropa nas ruas vive sob tensão após mortes
Rio - A abordagem policial a um adolescente de 16 anos publicada nesta
quinta-feira em O DIA Online chamou a atenção de quem passava pela Lapa
e provocou debate entre especialistas em segurança e defensores de direitos
humanos. O DIA flagrou dois militares do 5º BPM (Praça da Harmonia)
imobilizando o suspeito para revistá-lo. Em uma das imagens, um dos PMs
mostra na palma da mão um cordão que teria sido encontrado com o
rapaz após um roubo. O jovem foi encaminhado à Delegacia de Proteção
à Criança e Adolescentes (DPCA). Segundo a Polícia Civil, ele responderá
por fato análogo ao crime de furto.
De acordo com testemunhas, o suspeito atravessou correndo a Rua Mem
de Sá em direção à Gomes Freire. Na esquina das duas vias, ele foi
interceptado pelos PMs. Com as mãos para cima, o menor passou pela
abordagem dos policiais e chegou a ser jogado no chão após levar uma
rasteira. Pouco antes, o acusado teve a pistola apontada contra o seu
peito.
Galeria: Veja a sequência da abordagem
esteé menor ou não. Só se aponta uma arma se o acusado estiver armado
ou se sacar uma arma, oferecendo algum risco, o que não foi o caso”,
analisou Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Batalhão de Operações
Especiais (Bope).
Ainda segundo o especialista, policiais militares estão trabalhando sob forte
estresse após os seguidos casos de colegas de farda feridos e mortos no Rio.
“Há uma enorme tensão nas ruas. É evidente o esgotamento físico e
psicológico, que reflete na ação policial.”
Conhecido entre os policiais pela disciplina rígida que implantou no 15º BPM
(Duque de Caxias), o coronel Paulo César Lopes criticou apenas o fato de os
militares terem dado a rasteira no menor. “Apontaram a arma para garantir
a integridade física”, opinou o oficial aposentado.
Para Paulo Amêndola, ex-coronel da PM e um dos fundadores do Bope,
os policiais poderiam ter imobilizado o jovem sem derrubá-lo. “Não havia
necessidade de dar a rasteira e pegar no pescoço do suspeito. Era só um
PM fazer a abordagem e o outro dar cobertura. Usaram da violência. Foi
desproporcional”, criticou Amêndola, que ponderou: “Porém, é importante
o PM ficar atento, pois menor também atira e mata.”
Darlan e Freixo fazem críticas
Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, Siro Darlan viu as imagens
do DIA e criticou a ação policial na Lapa. Ele prometeu ainda cobrar
providências ao comando da Polícia Militar. “Vou pegar as imagens e
enviar à corporação. O que estes menores vão aprender com estas
abordagens? O Estado fabrica bandidos no Degase e no sistema
penitenciário”, esbravejou o magistrado.
Já o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) levantou outra questão.
“Se o menor corresse, os policiais iriam atirar? Para que sacar uma arma,
se o menor não estava armado? A corregedoria deve apurar e investigar,
pois mais uma vez vimos uma ação inadequada da polícia”, disparou.
Fonte: O Dia
quinta-feira em O DIA Online chamou a atenção de quem passava pela Lapa
e provocou debate entre especialistas em segurança e defensores de direitos
humanos. O DIA flagrou dois militares do 5º BPM (Praça da Harmonia)
imobilizando o suspeito para revistá-lo. Em uma das imagens, um dos PMs
mostra na palma da mão um cordão que teria sido encontrado com o
rapaz após um roubo. O jovem foi encaminhado à Delegacia de Proteção
à Criança e Adolescentes (DPCA). Segundo a Polícia Civil, ele responderá
por fato análogo ao crime de furto.
De acordo com testemunhas, o suspeito atravessou correndo a Rua Mem
de Sá em direção à Gomes Freire. Na esquina das duas vias, ele foi
interceptado pelos PMs. Com as mãos para cima, o menor passou pela
abordagem dos policiais e chegou a ser jogado no chão após levar uma
rasteira. Pouco antes, o acusado teve a pistola apontada contra o seu
peito.
Galeria: Veja a sequência da abordagem
Procurada, a assessoria da Polícia Militar, inicialmente, disse que uma viatura
do 5º BPM foi enviada ao local para averiguar denúncia de uma tentativa de
assalto e que a ocorrência não havia sido confirmada. Após a publicação da
reportagem pelo ‘Dia Online’,
ontem à tarde, a corporação confirmou o fato. A PM afirmou ainda que o
menor
furtou um cordão, que foi recuperado. Segundo a polícia, a vítima identificou
o jovem.
“Isso não é maneira de um policial abordar um suspeito, independente se do 5º BPM foi enviada ao local para averiguar denúncia de uma tentativa de
assalto e que a ocorrência não havia sido confirmada. Após a publicação da
reportagem pelo ‘Dia Online’,
ontem à tarde, a corporação confirmou o fato. A PM afirmou ainda que o
menor
furtou um cordão, que foi recuperado. Segundo a polícia, a vítima identificou
o jovem.
esteé menor ou não. Só se aponta uma arma se o acusado estiver armado
ou se sacar uma arma, oferecendo algum risco, o que não foi o caso”,
analisou Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Batalhão de Operações
Especiais (Bope).
Ainda segundo o especialista, policiais militares estão trabalhando sob forte
estresse após os seguidos casos de colegas de farda feridos e mortos no Rio.
“Há uma enorme tensão nas ruas. É evidente o esgotamento físico e
psicológico, que reflete na ação policial.”
Conhecido entre os policiais pela disciplina rígida que implantou no 15º BPM
(Duque de Caxias), o coronel Paulo César Lopes criticou apenas o fato de os
militares terem dado a rasteira no menor. “Apontaram a arma para garantir
a integridade física”, opinou o oficial aposentado.
Para Paulo Amêndola, ex-coronel da PM e um dos fundadores do Bope,
os policiais poderiam ter imobilizado o jovem sem derrubá-lo. “Não havia
necessidade de dar a rasteira e pegar no pescoço do suspeito. Era só um
PM fazer a abordagem e o outro dar cobertura. Usaram da violência. Foi
desproporcional”, criticou Amêndola, que ponderou: “Porém, é importante
o PM ficar atento, pois menor também atira e mata.”
Darlan e Freixo fazem críticas
Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, Siro Darlan viu as imagens
do DIA e criticou a ação policial na Lapa. Ele prometeu ainda cobrar
providências ao comando da Polícia Militar. “Vou pegar as imagens e
enviar à corporação. O que estes menores vão aprender com estas
abordagens? O Estado fabrica bandidos no Degase e no sistema
penitenciário”, esbravejou o magistrado.
Já o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) levantou outra questão.
“Se o menor corresse, os policiais iriam atirar? Para que sacar uma arma,
se o menor não estava armado? A corregedoria deve apurar e investigar,
pois mais uma vez vimos uma ação inadequada da polícia”, disparou.
Fonte: O Dia
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